30 Abril
2013
Classificado em PCB - Notas Políticas do PCB
Classificado em PCB - Notas Políticas do PCB
Quem
construiu Tebas, a cidade das sete portas?
Nos
livros estão nomes de reis;
os reis
carregaram as pedras?
E
Babilônia, tantas vezes destruída,
quem a
reconstruía sempre? Em que casas
da
dourada Lima viviam aqueles que a construíram?
No dia em
que a Muralha da China ficou pronta,
para onde
foram os pedreiros?
A grande
Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
quem os
erigiu? Quem eram
aqueles
que foram vencidos pelos césares? Bizâncio, tão
famosa,
tinha somente palácios para seus moradores? Na
legendária
Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados
continuaram
a dar ordens a seus escravos.
O jovem
Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César
ocupou a Gália.
Não
estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Felipe da
Espanha chorou quando sua armada
naufragou.
Foi o único a chorar?
Frederico
2º venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem
partilhou da vitória?
A cada
página uma vitória.
Quem
preparava os banquetes?
A cada
dez anos um grande homem.
Quem
pagava as despesas?
Tantas
histórias,
Tantas
questões
Bertolt Brecht in 'Perguntas de um trabalhador que lê'
Trabalhadores:
Em mais
um Primeiro de Maio, vemos na maioria dos países os trabalhadores
experimentarem as consequências da crise capitalista, das guerras e
intervenções imperialistas, com a intensificação da exploração capitalista. O
sistema dá mais uma vez sinais de sua verdadeira face, com nefastos impactos
sobre a vida dos povos:
- 16% da
população mundial sofrem de desnutrição;
- O
desemprego aumenta de forma continuada;
- 1 em
cada 6 pessoas no mundo não tem acesso a água potável suficiente;
- Mais de
100 milhões de pessoas não tem um lar, centenas de milhões vivem em favelas,
sem saneamento. Outras centenas de milhões vivem de aluguel ou têm de pagar
preços exorbitantes para obter a casa própria;
- 920
milhões de pessoas continuam analfabetas;
- A cada
ano, cerca de 2,1 milhões de pessoas ao redor do mundo morrem de enfermidades
evitáveis por vacinação;
- Os
direitos dos trabalhadores a salário mínimo decente, seguridade social,
serviços públicos gratuitos e de qualidade (educação, saúde, transporte,
eletricidade) estão sendo retirados e atacados; e
- A
liberdade de associação e as liberdades sindicais em geral estão sendo
atacadas. Há sindicalistas assassinados, presos e demitidos ao redor do mundo.
Não
bastasse toda exploração e sofrimento, a sanha imperialista quer impor aos
povos novas guerras imperialistas pela manutenção de seu poder e privilégios,
como no caso da Síria, do Irã e da Coréia do Norte.
Desmascara-se
a falsa democracia burguesa com o poder crescente dos grandes bancos e
corporações industriais multinacionais, que ferem a autodeterminação dos povos,
como na Grécia e na Itália; os golpes em Honduras e Paraguai e a recente tentativa
de golpe na Venezuela, com o não reconhecimento da vitória eleitoral das forças
progressistas.
No
Brasil, o cenário é cada vez pior: com a crise cada vez mais forte entre nós, o
governo cada vez mais rendido ao Capital ataca os trabalhadores, como comprovam
as "desonerações" da folha de pagamentos, a proposta de uma nova
contra-reforma da Previdência e o projeto de Acordo Coletivo Especial (ACE) que
significa o fim dos direitos trabalhistas - apoiado pelo sindicalismo patronal
e por representações da classe trabalhadora, como a CUT, que agem em favor do
capital e aderiram ao governo e sua política, fazendo o jogo da conciliação de
classes. A “medida de contenção” que vinha sendo usada pelo governo para
enganar o povo com a falsa sensação de melhoria das condições de vida, a
concessão de crédito, gera cada vez mais seu nefasto resultado do endividamento
crescente dos mais pobres.
O Governo
Dilma está totalmente rendido aos interesses e necessidades dos grandes
banqueiros e especuladores, com a elevação recente das taxas de juros, e das
grandes empresas que exploram o trabalhador brasileiro.Continuam os
megaempreendimentos que beneficiam as empreiteiras com a remoção de populações
inteiras de seus locais de moradia, e as obras superfaturadas para a Copa do
Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 alcançam novo patamar. Continuam os
leilões dos campos de petróleo e de áreas de exploração no pré-sal, com a
entrega do patrimônio público a preços irrisórios. Populações indígenas são
exterminadas e retiradas de seus locais em benefício de grandes latifundiários
- responsáveis ainda pelo desmatamento e a produção insuficiente daqueles
alimentos consumidos pela população, fazendo explodir o custo da alimentação e,
consequentemente, a inflação.
A
insatisfação crescente com este estado de coisas, como atestam as manifestações
quase diárias contra a calamidade dos transportes públicos pelo país, e as
greves nas obras do PAC, encontram por parte dos governos apenas a truculência
das forças policiais - quando não a infiltração de agentes da Abin, como no
caso do Porto de Suape. Tal episódio demonstra claramente que precisamos
avançar muito na obtenção da verdadeira democracia, que não virá com um governo
covarde e leniente como o que temos no tratamento dos crimes da ditadura -
permissivo com atos como o recente atentado à OAB no Rio de Janeiro e as
declarações de ministro da Educação em desagravo a reconhecido e público
financiador de assassinos e torturadores.
Em
oposição ao que diz a burguesia e toda a sorte de oportunistas, a classe
operária não só não desapareceu como se desenvolve e cresce, em termos de
quantidade e qualidade, como força básica da produção. A classe operária é a
força motriz do desenvolvimento social, a produtora de toda a riqueza
socialmente obtida.
Nesse Dia
Internacional dos Trabalhadores, é dever e tarefa de todos os trabalhadores
honrar os mártires de Chicago e todos os que tombaram em luta para denunciar a
exploração capitalista em todos os cantos do planeta, fazendo ecoar suas
bandeiras de luta: nenhum sacrifício por nossos exploradores! Nenhuma perda de
direitos pela manutenção do lucro dos abutres capitalistas!
O
capitalismo não cairá de podre. Ele precisa ser derrotado através da luta e
mobilização das massas trabalhadoras, da sua mobilização. Só a classe operária,
os trabalhadores em geral, tem a força e o poder de reverter tal situação
Nesse 1º
de Maio, as centrais sindicais ligadas ao governo repetirão as grandes
"festas" com artistas famosos, distribuição de brindes, bebidas e
sorteios, além de muito discurso a favor do Governo e do “pacto entre
trabalhadores e patrões”. A submissão ao capital, aliás, já ficou mais que
óbvia em recente lançamento de automóvel com a presença do presidente do
Sindicato dos metalúrgicos do ABC em São Bernardo do Campo (SP). É preciso
resistir à velha máxima desse “pão e circo”, que será a tônica em muitos
centros urbanos do país, buscando desarmar ideologicamente a classe
trabalhadora brasileira no enfrentamento ao patronato e ao sistema capitalista.
É preciso denunciar que este recorrente apaziguamento das lutas tem levado a
nossa classe à perda sistemática de direitos, ao endividamento, à péssimas
condições de transporte e moradia, à uma educação pública que envergonha o país
a cada levantamento de órgãos internacionais e à uma saúde calamitosa, que vê
ano a ano crescer - ao invés de diminuir - índices de doenças simples de serem
evitadas como a dengue.
Nós, do
PCB, conclamamos você a somar esforços na luta. É preciso reforçar a unidade
dos movimentos populares, das forças de esquerda e entidades representativas
dos trabalhadores, no caminho da formação de um bloco proletário capaz de
contrapor à hegemonia burguesa uma real alternativa de poder popular, com a
organização da Frente Anticapitalista e Anti-imperialista, que possa ordenar
ações unitárias contra o poder do capital e do imperialismo, rumo à construção
da sociedade socialista.
Lutemos
juntos pelas seguintes propostas:
- Redução
da jornada de trabalho sem redução de salários
- Salário
mínimo do Dieese; fim do imposto de renda sobre os salários
- Contra
a proposta de Acordo Coletivo Especial (ACE)
- Contra
a transformação da previdência em benefício dos fundos de pensão
- Pela
Reforma Agrária
- Contra
os leilões do Petróleo. Petrobras 100% estatal
- Pela
punição dos crimes da ditadura
-
Solidariedade internacionalista à luta dos trabalhadores
- Unidade
da classe trabalhadora numa Frente Anticapitalista e Anti-imperialista
- Contra
a criminalização dos movimentos sindicais e sociais em Luta
- Contra
o modelo de desenvolvimento econômico a favor do capital
- Contra
a exploração capitalista e as guerras imperialistas
- Pelo
poder popular e uma sociedade socialista, rumo ao comunismo
Viva a
classe operária mundial e o internacionalismo proletário.
Partido
Comunista Brasileiro – PCB
Secretariado
Nacional
Maio de
2013
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