sábado, 9 de abril de 2011

SONETOS DE MINHA INFÂNCIA (VII): "BOBÓ"

Nem "chita" com sua linha, invencivelmente encerada;
nem "rolinha", com sua rapidez para "levar" meus "papagaios";
Nem o refogado das vísceras, aproveitado;
Apenas um apelido, temido, odiado, respeitado!

Com certeza tinha um nome;
Uma casa, família... filhos!
Mas, apenas via a farda,
E aquele sinal de nascença, feio, sobre os lábios!

"Papagaio" em cima,
Ao dobrar a esquina, não tinha outra:
Era rebentar a linha e desembalar na carreira!

O assoalho da casa era meu abrigo,
De onde via a bota e as pernas da calça da farda, cáqui,
Do Guarda territorial mais "chato" de minha vida!

No entanto, nem respirava, era hora de somar os prejuízos;
vender cobre outra vez para comprar linha;
Fazer novos "papagaios" e vê-los, "xinar", sem que os tivesse curtido!

Nenhum comentário:

Postar um comentário