E aaaííí?

Era noite de terça feira gorda de carnaval!
Sentado em frente de nossa casa, vi um cão que passava como que "troteando", olhando-me fixamente, idêntico nos desfiles militares em que giramos a cabeça e encaramos a autoridade presente. Inconteste, em tom desafiador, perguntei-lhe: e aaaííí?
O cão, desfez o giro de cabeça, continuou caminhando como que ignorando minha pergunta mas, após passar uns três metros, retornou saltitando, parece que "rindo", como se tivesse reencontrado um velho amigo. Assustado, levantando os braços, exclamei: aaahhh, nãooo!!!,paaassa!
Sem entender direito o que estava acontecendo, foi embora, seguiu duas casas após a minha, atravessou a avenida, retornou até a esquina pela contra-mão, voltou para a nossa calçada e parando , ficou me olhando como que esperando uma reação favorável minha, ao que não lhe dê confiança.Seguiu em frente, caminhou, retornou, parou, ficou me olhando e foi embora ante minha inércia.
O fato é que no outro dia, na "boca da noite", eu e minha esposa, sentados no pátio de casa, vimos uma destas mariposas se aproximar, procurando aonde dormir. Ao vê-la voar em nossa direção, em ziguezague como que driblando o vento, minha esposa gritou: uma bruxa!!!
Retruquei: filha, não é uma bruxa, é apenas uma borboleta grande!
A "bruxa", que já tinha passado, parece que ouvindo que alguéma a defendia, voltou em seu voar indefinido, fazendo com que me levantasse para defender-me e lhe perguntasse: e aaáííí?
A pergunta parece que a incentivou, pois continuou se arremessando, pousou sobre minha cabeça!
Bom, pelos acontecimentos que me deixaram intrigados, prometi nunca mais perguntar e "aaaííí?", pra quem eu não conheço.