Naquele ido mês de novembro de 1976, os olhos amarelos, a língua esbranquiçada, a urina vermelha, denunciavam: estava com hepatite!
Os meses seguintes foram de dieta, muito suco, doce de cajú, e o tratamento a base de Legalon.
O ano de 1977 previa para os nascidos em 1958, a prestação do serviço militar obrigatório no qual eu me incluía. Meu sonho era servir!
No mês janeiro, faxina no terceiro 3ºBEF. Fevereiro, o internato, a farda, a CCS, o Curso de Cabo, mas a convaslecença me enfraquecia..., então a dispensa.
Naquela sexta feira, às véspera da "Operação Boina", o S1, me colocara fora do serviço militar!
Devolvi tudo! Parece que tudo ia acabar; era como se o céu estivesse me esmagando.
No Portão das ARMAS, escutei palavras de quem jamais imaginaria ouvir: Sgt Cesar!
Não me lembro de tudo, apenas de fragmentos de seus conselhos: (...)"jovem, ao passar por aquele portão, levante a cabeça, não se sinta derrotado, use o que aprendeu aqui para ser um vencedor" (...).
Mas, eu não queria ouvir! O choro insistia em sair, mas tive que engulí-lo
E fui repartir minha dor, com meu irmão mais velho! Ele ouviu,não disse nada, e me apontou um jovem embriagado sentado numa calçada e me disse: "Aquele jovem, era sargento da Aeronáutica, mas foi dispensado por que tem epilepsia, se entregou e agora se acaba na bebida. É assim que tu queres acabar?
Respondi que não balançando negativamente a cabeça. Foi um tratamento de choque que me levantou e descobri é que na fraqueza que somos forte!
Acho que talvez ele não saiba que é um filósofo, pois tem sempre as palavras certas para momentos difíceis, pois me lembro que outra vez citou um ator global, doente, que disse: "a vida começa do outro lado do desespero!".
E agora, quando penso em vender minha casa e mudar para Goiânia, ele veio com esse conselho: "pensa bem no que vai fazer! Não é fácil viver fora do habitat natural!"
E hoje a tarde, ao passar junto ao exuberante rio Amazonas que lançava suas águas sobre o muro de arrimo do Santa Inês, compreendi a que se referia: eu não conseguirei viver longe daqui! A saudade me mataria.
Por tudo isso mano, Newton, obrigado por tudo,por ter me ajudado a ser o que sou e um grande abraço a todos vocês amapaenses, aí de Uberlândia!
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